quinta-feira, 24 de outubro de 2013

COMIDA, MATERIAL ESCOLAR E ROUPAS PARA OS FILHOS SÃO PRINCIPAIS DESTINOS DOS RECURSOS DO BOLSA FAMÍLIA



Na casa de Lucimária, dinheiro é usado para manter filhos na Escola Kamilla Dourado/R7 Lápis, caderno, borracha e tênis para ir para à Escola são itens prioritários na lista dos gastos das mães beneficiárias do Bolsa Família, que completa dez anos neste domingo (20).

O R7 ouviu 12 mulheres — elas são cerca de 95% dos titulares dos cartões — que são ou já foram beneficiárias do programa de transferência de renda do governo federal. Todas tiveram uma única resposta quando questionadas sobre destino do dinheiro: os cuidado com os filhos.

A dona de casa Lucimária Nascimento tem três filhos em idade Escolar. Ela recebe R$ 96 mensais de benefício, que já tem destino certo.
— Esse dinheiro ajuda bastante. Ajuda no tênis, calçado e também na alimentação em casa. Eu recebo R$ 96. Criança gasta muito uniforme, roupas. Uso nisso e pra fazer compras.

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A babá Marlete Ferreira também tem três filhos na Escola e a prioridade em casa é Educação. Por meio de parceria com uma ONG e pelas boas notas, o filho mais velho conseguiu bolsa de estudos em uma Escola particular. Marlete diz que só consegue manter o filho em instituição privada com a ajuda do benefício.
— O que eu pego, eu compro lanche para meu filho, para ele levar para a Escola. Ele é bolsista em uma Escola da Asa Norte e eu tenho que fazer meus sacrifícios, comprar lanche para ele levar, porque nada lá é de graça. Se não fosse isso dinheiro do Bolsa Família, eu não conseguiria manter ele na Escola particular, porque tem gastos com material. É tudo muito caro.

Segundo o MDS (Ministério de Desenvolvimento Social), indicadores sobre repetência, desempenho dos Alunos na Prova Brasil, do Censo Escolar e a relação da pobreza com a Educação mostram que o Bolsa Família causou impacto positivo na Educação dos beneficiários. As pesquisas foram apresentadas no ciclo de debates que discute os 10 anos do programa.

Para Armando Simões, assessor do ministério, o combate à pobreza influencia diretamente na Educação das crianças.
— É realmente necessário operar as necessidades educacionais, mas também é necessário combater a pobreza no que se refere à renda.

Segundo o Censo Escolar da Educação básica, os Alunos do Bolsa Família tem índice de aprovação equiparado à média nacional e menor taxa de abandono Escolar. Enquanto 3,2% dos estudantes, na média nacional, deixam a Escola, a taxa é de 2,9% entre as famílias que recebem o Bolsa Família. A aprovação dos beneficiários também é maior no Ensino médio (79,9%) do que a média nacional (75,2%).

De acordo com o especialista em políticas públicas da Universidade de Brasília, Aninho Irachande, os frutos dessas estatísticas serão colhidos no futuro.
— A finalidade do Bolsa Família não é a geração de empregos e muito menos a preparação dos adultos e pais para o mercado de trabalho. É preciso avaliar cada política dentro de seu escopo e propósito. Se o Bolsa Família tiver êxito em seu propósito de manutenção de crianças nas Escolas hoje, especialmente nas camadas sociais menos favorecidas, estará criando condições para que as crianças de hoje possam disputar e serem integradas ao ciclo produtivo no futuro, em melhores condições de competitividade.

Mortalidade e desnutrição infantil
O impacto positivo do Bolsa Família é também sentido na saúde das crianças. Um estudo divulgado pela revista The Lancet, uma das publicações científicas mais respeitadas do mundo, credita ao Bolsa Família a redução em até 19,4% o índice de mortalidade infantil, entre crianças menores de 5 anos, na última década.

O benefício se mostrou eficaz também na redução da desnutrição infantil. Os números da pesquisa indicam que a redução foi maior quando considerou-se a mortalidade especifica por algumas causas como desnutrição (65%) e diarreia (53%).

Outra beneficiária do programa de repasse de renda, Andreia Miranda diz que a ajuda é providencial para ela que está desempregada e tem duas filhas para cuidar. Segundo ela, a prioridade é garantir a alimentação adequada às duas filhas. O dinheiro que recebe vai exclusivamente para a melhora da alimentação das pequenas.
— Quando a gente não está trabalhando, ajuda muito no dia a dia, quando a gente está precisando de verdura. Com esse dinheiro R$ 102, eu compro fruta, verdura, que é o que dá para comprar mesmo. Para quem não está trabalhando, é uma boa ajuda.

http://www.r7.com/
Fonte: Portal R7

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